
Há tempos um filme não me levava mais de uma vez ao cinema. Há tempos um filme não me deixava com vontade de dançar. Há tempos que eu não percebia o tempo passar durante o filme. Há tempos eu não desejava que o filme continuasse...
Como é preciso saber criar e dar oportunidade ao outro. Para que se expresse, se posicione, se mostre e faça-nos ouvir não só a nossa voz. Para que nos faça perceber o inédito que pode surgir quando, simplesmente, ‘abrimos as cortinas’ e deixamos que ele nos mostre que o palco é o seu lugar.
O cuidado com o lugar que concretiza um sonho resignifica o sentido de pertencimento a uma pequena comunidade artística que, a partir do seu modo específico de organização, ocupa um lugar outro no mundo. É comovente o apreço em manter vivo o lugar onde nascem as estrelas.
Dono de cores cintilantes, diálogos leves e bem humorados e um enredo dançante que se resolve em meio a belos números musicais, Burlesque (USA, 2010) se apropria de um argumento simples e deixa falar alto a picardia da imagem, do sonho e da dança.
A vontade que fica é de compor a vida de forma burlesca, ser sempre o menino que sonha, o homem que é e faz arte com corpo.
Imagem capturada aqui.
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