Andei me perguntando com que corpo devo gastar meu verbo. Os dias andam comigo mas não respondem claramente minha interpelação. Convém fazer apelação, então? Ora "inter", ora "a", ando mesmo é pelado, nu com a mão no bolso, despido de amor.
Como metáfora, encarno a lei do terceiro excluído... É que aqueles dois já pertencem a outros dois. Assim me dizem as imagens, assim me dizem as chamadas. Mesmo que não sejam pra mim, articulo hermenêuticas sentimentais e percebo que só eu estou só.
Ainda sigo fazendo despedidas... Dos beijos, dos carinhos, dos gozos, dos filmes, das canções, das verdades e das mentiras, dos prazeres e das agonias. A leveza desse adeus decora os acenos que hoje já gesticulam sorrisos. Mas guardo ambos no corpo, num altar particular.
Parece que ainda não tive a sorte de vocês, ainda não estive na hora e no lugar certo. Talvez até já tenha passado por mim, mas não foi do agrado do acaso deixar a gente flertar. It's not right but it's okay.
Sem querer parafrasear Madonna, penso que meu filme, bem hollywoodiano, poderia se chamar "W.I.". Teria referências em "Nine", para tirar dos ex-amores um pinguinho de inspiração, só um pigmento de auto e hétero-expressão. Das suas iniciais eu tiro meios e fins, um roteiro denso e clean.
Ainda há uma cor que me faz esperar, adentrar mais em mim, do tipo... deixe estar... E a demora que agora mora em mim talvez um dia faça jus, trazendo um pouco do tudo capaz de empretecer esse nada.
Imagem: foto de Odailso Berté.
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