O coração de um homem pode ser habitado por distâncias, incertezas e desalentos, mas seu empenho em aderir ao seu tempo através de um distanciamento que permite interpelá-lo não cede lugar para esmorecimentos.
Ser contemporâneo é ser intempestivo e inatual. É manter o olhar fixo no tempo em que se vive para perceber nele não as luzes, mas o escuro. É não se deixar cegar pelas luzes do século e conseguir ver as obscuridades que outros não vêem.
Ser contemporâneo é ser intempestivo e inatual. É manter o olhar fixo no tempo em que se vive para perceber nele não as luzes, mas o escuro. É não se deixar cegar pelas luzes do século e conseguir ver as obscuridades que outros não vêem.
Contemporâneo é aquele capaz de escrever, desenhar, dançar mergulhando o lápis, o pincel, o corpo nas trevas do presente e assim apreender uma resoluta luz para interpelar e transformar o seu tempo, compará-lo com outros tempos e ler nele, de modo inédito, a história.
Texto baseado no livro "O que é o contemporâneo" de Giorgio Agamben
Foto de Daniel Rocha, do Espetáculo "Água" de Pina Bausch
Capturada em: http://valkirio.blogspot.com/2009/07/pina-bausch-ii.html
Foto de Daniel Rocha, do Espetáculo "Água" de Pina Bausch
Capturada em: http://valkirio.blogspot.com/2009/07/pina-bausch-ii.html
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