23 de maio de 2010
In ser tez as
O que é a certeza? Ela provém do certo ou esclarece o certo? Quem vem primeiro, o certo ou a certeza?
De onde tiramos a certeza quando as condições se fazem pueris? É possível vê-la em algum horizonte distante, ou além das frestas de uma janela trancada? Tiramos a certeza de algum lugar, ou, construímos ela?
Acertar a verdade de algo é quase um desafio de horizonte ôntico e epistêmico. Nada fácil para um homo sapiens bicho de corpo, porém não impossível.
Construímos verdades e alicerçamos certezas a partir das tênues evidências que colecionamos ao longo da trama existencial. Colar as peças desse quebra-cabeça circunstancial implica empenho processual e poesia para não perder o encanto vital, pois a tarefa é árdua.
Certeza não surge, nem se adquire, pode ser construída, entre prazer e agonia, dúvida e espanto, para se safar do (in)certo.
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