Um conto bordado de realidades, nossas e de outros. Possíveis alternativas de trajetória após uma grande desilusão amorosa que consome, além dos sentimentos, o próprio lar que antes abrigava a relação.
Que bens levar dessa relação ferida? Um pequeno vaso azul e algumas caixas com livros. Desapego que proporciona, diante do inusitado, abertura para lançar mão da oportunidade de fazer o novo acontecer. Um novo lar a construir, em terras distantes, debaixo do sol da Toscana, uma casa quase em ruínas a ser restaurada junto das ruínas pessoais.
“Afinal, o que são quatro paredes? A casa é o seu morador. A casa protege o sonhador.”
"O menor desvio no meio do caminho e eu estaria em outro lugar, eu seria diferente." Cada detalhe envolve escolhas que interferem drasticamente no rumo da vida. Podemos alterar o cotidiano com um simples olhar. Imagens, olhares e lugares movem mundos. No como eu vejo e no como me veem, infinitas relações podem ser tecidas.
Por que o amor nos deixa meio abobalhados? O velhinho sempre leva flores e deposita no vaso ao lado da imagem da Santa. Faz a mesma coisa todos os dias. Por que ele não desiste e parte para outra?
Quando, no amor, se procura uma vez e nada se encontra, não quer dizer que não exista. Esperanças podem brotar, mas o (m)eu terreno precisa ser, constantemente, cultivado.
“Dizem que assentaram os trilhos nos Alpes entre Viena a Veneza antes que houvesse um trem para fazer o trajeto, mas mesmo assim construíram. Eles sabiam que um dia o trem chegaria.”
Em poéticas imagens, palavras e gestos, Diane Lane, sob direção de Audrey Wells, desperta no olhar o desejo de estar “Sob o Sol da Toscana” (2003), um filme onde, da mesma forma que na vida, “coisas inesperadamente boas podem acontecer até no último momento. É uma surpresa e tanto.”
Imagens capturadas em:
http://hookedonhouses.net/2009/08/16/diane-lanes-italian-villa-in-under-the-tuscan-sun/
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