21 de março de 2011

meigos estilhaços


Invejando o que os outros veem de bom em mim, vou inventando jeitos diversos de ver as imagens dessas paisagens alheias de mim.

Os temores do amor apontam a seta da parada obrigatória, descer, esperar outro meio, permanecer num inteiro, procurar um parcial. Quem sabe?

Um levante se arma nesse exército solitário, batalhão “eu 32”, pronto para a luta, mas sem causa, sem estratégia e sem armas. Só o peito aberto.

Para quem só quer a companhia preciosa do amor, metáforas de guerra não atingem alcances esperados, só denotam a fraqueza do combatente de trincheiras vazadas.

Entre as pressões que empurram, sobem e descem, vai se desenhando um mapa desprovido de contentos, mas dotado de acalantos calados, traços e tantos.

Só o que há de vir dirá como será e quem sabe assim se entenda o que é agora e o que foi ontem. E para me amar um pouco, rabisco estas autocartografias simplórias, delicadezas de um louco.


Imagem: Obra "Dois nus num bosque" de Frida Kahlo.
Capturada aqui.

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