19 de agosto de 2009

Alices Pinóquios e a Terra do Nunca

Abrindo caminho entre as histórias que me fizeram crescer, para contar outra história, ando eu. Quero contar a história de um lugar que passa a ser nosso outro mundo, quando ainda crianças entramos nele. A escola. Lembro dos sete anos de idade, quando fui matriculado. Era tão cheia de expectativa a sensação de saber que em breve, passaria a metade de cada dia, noutro lugar, com outras pessoas, fazendo outras coisas.
A Alice, em seu país de maravilhas, muita coisa tem a dizer sobre isso. Sua viagem ao mundo (in)esperado, povoado das fantasias que povoavam sua imaginação, a tornou, não uma outra pessoa, mas a mesma pessoa com lúdicas diferenças. Será que a escola é um tanto assim?
Teria a escola algum traço da Fada Azul a quem o Pinóquio tão bem queria? Somos bonecos a quem a escola transforma em meninos? Ou somos meninos a quem a escola transforma em bonecos? Depende... Da escola... Dos princípios pedagógicos... Dos educadores... E dos educandos. Que tipo de Pinóquio a escola me tornou? Que tipo de Pinóquio eu me tornei?
Será que a escola seria portadora da esperança do Peter Pan para nos fazer acreditar numa possível Terra do Nunca, ou, num outro mundo possível? Talvez por aí esteja o papel a ser interpretado pela escola protagonista de um próximo espetáculo. Escola que nos ajuda a construir relações no mundo. Nós, Alices e Pinóquios, despertos para a Terra do Nunca. Nós, não a-lunos = sem luz para sempre num jardim de infantilidade. Nós, vaga-lumes no jardim.

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