15 de março de 2010

Perfilme masculino

Rodeado de livros, cadernos, música e vento, um homem se pega dando margem à solidão. Ele se encontra com entidades sem identidade, vultos suados nos caminhos abertos pelo desejo.

Mísero filósofo, incansável artista, austéro homem, envaidecida pessoa. Definí-lo requer um palavreado provindo de várias áreas de conhecimento, dado que, trata-se de um corpo versátil, indisciplinar, múltiplo, que relaciona dança com filosofia sem (con)fundir imagens e conceitos.

Nunca se sabe o que ele vai dizer quando, sutilmente, começa a sorrir. Misteriosamente duro e frágil.

Erótica alma que, sem nada de metafísico, configura-se numa estrutura sexual não engajada em ser "pau para toda obra", mas um sistema em constante compartilhamento na escala evolutiva.

O (re)ferido homem celebra e despista o nó depressivo da solidão. Seus genes seguem aquiecidos pelos memes pop do seu ambiente, num tom poético e homoerótico. Coisas de homem...


Foto de Gonçalo Santos, do Espetáculo "Nelken" de Pina Bausch, capturada em:
http://valkirio.blogspot.com/2009/07/pina-bausch-ii.html

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