14 de abril de 2010

Órfão com dois acentos

Pensador órfão, com dois acentos. Desarticulado total, não maluco beleza. Cético em todos os graus possíveis. Mas ele ainda ama.

Por ser assim, desespera dos seus sonhos, mesmo os palpáveis. Pois evidências machucam sua consciência e apontam para aquilo que lhe dá medo e lhe deixa impotente, sozinho, sem mãe e amor.

Pensador, homem ferido. Homens ferem uns aos outros. Desconfiado sim, mas assíduo discípulo de um amor verdadeiro que rima com projeto de vida.

Lá vai ele, sem saber como pisar direito. Na chuva. Teve poucas forças pra levantar da cadeira. O vento veio e não trouxe cores. Trouxe uivos e rumores bem sombrios.

Os dois acentos que deflagram a orfandade desse homem são o 'amor' e o 'vazio'. Porque metade dele ama incondicionalmente e a outra foi tomada por um vácuo existencial.

Sai dessa, pensador.

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