15 de julho de 2010
Brotos que acordam sonhando
Amando mais... Sedento pelo corpo que me surpreende em gestos, imagens, sons e prazeres diversos. É mais vida que me faz querer, é mais gosto que me deixa transbordar, é mais eu que me vejo ser, assim, em você, poema matinal.
Acordo na sensação boa e manhosa de que já é próximo e datado o tempo de permanecer mais junto. Fico buscando palavras melhores, criando neologismos para tentar conceituar esse dadivoso amor que brota em várias partes do corpo, em tronco rígido, raizes que arrepiam, galhos que pegam, flores para beijar e frutos que jorram e escorrem.
Amor de lua e flor, encantado pelos pormenores, que (re)estabelece as (de)cadências, que espera a visita bem do jeito que a Raposa esperava o Pequeno Príncipe, horas, dias antes. A felicidade da espera já preenche os espaços e rega as 'brotações' corpo afora.
As abelhas me disseram que 'as pessoas podem começar de um jeito e com o passar da vida terminar completamente diferentes'. Com esse conselho, regado a mel e assegurado por ferrão, e com sutilezas que vão se dando a ver nas (entre)linhas das escrituragens afetivas, sigo regando as forças que me 'brotam' alternadas entre intensas e serenas.
Dormindo e acordando, sonhando estar, deitar e ficar... Brincar na margem, adentrar, brotar, suspirar e gemer junto. Como se na lembrança ainda fosse possível subir no frondoso flamboyant, repousar na sua copa, espiar horizontes...
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O que mais ele desejava era apaixonar-se por alguém de olhos sinceros. Aqueles com uma cor clara e que, dilatados ou não, refletissem a alma, sem truques. Esperou muito por isso. Ansiou por essa pessoa de gestos limpos e lavados, como frutas descascadas, que embalasse seu presente em colos mornos com a paciência de quem une pétalas em rosas de papel crepom. Alguém que teria nome único, difícil de chamar e com apelido para simplificar. Um cúmplice de lembranças infantis e de desejos contidos no mais banal cotidiano. Com antebraços de abraçar, cabelos de cafuné, que não usaria ouro ou prata e choraria em silêncio diante de aquarelas e telas cinematográficas.
ResponderExcluirO que era sonho em realidade se tornou, pois o desejo se cumpre em cotidianos de delícias. Em refúgios de fortalezas inalcançáveis, de onde saímos mais felizes e leves, sem ressentimentos, pois que o bailado do bem querer é natural e procurado (por ambos) como o ar e a água de beber.
Irremediavelmente inclinado a errâncias e voações ao sabor dos ventos redemoinhados por palavra grafadas em qualquer base, mergulho na atmosfera morna, lívida e plena, que suscita memórias e ressuscita enamorações... Grato pelo afeto compartilhado! (Walderes)
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