20 de julho de 2010

(des)Temido


Visitei meus erros, ontém e hoje, estavam todos em casa, me esperando na sala. Fui ver meus pecados, eles estavam no banheiro, não me esperavam, mas sabiam que eu ia. Por acaso, encontrei meus desatinos, puseram o dedo em minha cara e disseram que não presto.

Não tive como correr. Me cercaram, tiraram minha roupa, tocaram em mim com seus sexos arretados, usurparam do meu, execraram minhas ambiências todas e disseram que eu merecia mais. Fui obrigado a concordar. Eles revelaram os meus mistérios gozozos e os gloriosos. Quando dei por mim, estávamos no quarto. Era eu o monstro sobre a cama? Desnudo? Exitado? Enxotado? Intocado?

Era eu o menino calado, mas muito falado. Comentado pela estranheza dos seus modos. Monstrinho bem criado. Largado ao mundo, sem mãe logo cedo, com pai que chega tarde. Perdido no mundo, achado na vida, dorme com medo e acorda destemido, outras vezes, pelo contrário. De um desuso inútil se sente posse, outras vezes, super homem, heróizinho de nada. Mas até disso ele faz cantiga, verso em prosa ou se encosta em "Poema" de outrem.

Imagem capturada em:
http://www.vibeflog.com/bergdk/p/11676543

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