30 de julho de 2010

(S)Alto


Sobre viver, já posso afirmar que aprendo a sobreviver. Talvez não completo como desejaria, mas ganhando forças com o cotidiano amigo que com todos os seus doces pesares vai me cortando os caminhos e permitindo que eu corte caminhos também.

Entre pequenos e grandes saltos vou desfiando novelos enrolados, novelas amarradas, nove enojados modos de dizer que ainda posso ado(l)escer nos (des)casos de amor. Casos que ocorrem, causos que conto, causas que influenciam, casas que habito e arrombo.

Minha vã filosofia, minha vadia fome de amar (pre)juizos, meu desnutrido acalando de embalar saudades tensas. Ainda sou aquele corpo infante e infame, masculino e feminino, que só quer um colo e um gole de aconchego. Sem demagogias no querer, leciono minhas lições de aversão à traição, meu tesão pela reciprocidade, minha alegria em chorar.

Quisera eu achar a pena da asa de um anjo, que voe sobre mim, um guardião que me dê esperanças invisíveis, utopias possíveis, impossibilidades reversíveis. E assim eu possa divertir minha inteligência com pecados perdoáveis, traquinagens lícitas, vícios ingênuos, amores livres e saltos mais altos.

Imagem do Espetáculo 'Vollmond' de Pina Bausch
Capturada em:
http://arirossner.photoshelter.com/image/I0000Crd8h4XWh7Q

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