7 de julho de 2010

(T)ATO


Quando aquele ponto crível da trajetória aponta no alto da colina dos afetos, qual a melhor atitude cor(p)oral a ser tomada? Que cor deixar (trans)parecer no rosto acanhado? Que palavras soar pela fixação oral? Quantos quilos a mais deixar pesar nos ombros para desfigurar a postura corporal?

Entre finalizar ensinos de filosofia e adentrar em construções de dança me movo sedento pelo novo e tão esperado lugar de construir, mover, pensar, fazer (mu)danças. Quão bom é curtir essa novidade almejada, merecida, alcançada. Novidade que vem como suporte, sustento, suspensão, substância... Nesse momento em que se interpõem o perder, o rever, o deixar, o esquecer... Pois algo de não quisto se desvela colina acima.

Bonito e esperançoso é olhar o casal apoiando a mão, com sutileza, um na perna do outro. Como se trocassem sonhos pelo tato, lembranças da noite passada, desejos de um bom dia... Esperança de um amor assim ainda palpita no corpo que sou. Palpita por entre meus dedos, na superfície dessa (p)alma aberta mesmo quando a mão está fechada.

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