31 de agosto de 2010

(des)manchando a própria imagem


Há um compartimento confuso em mim. Um cômodo obscuro, inundado de neblina, gotas pingando do teto e do corpo. No canto, em traços indefinidos, um homem. Um pai, a quem não se abraça? Um amigo, cheio de afazeres? Um desconhecido, desejando promiscuidade? Um namorado, desmanchando sonhos?

Acordei. Vi o sol e a rua me convidando para outras traquinagens. Mas meu corpo não esconde um certo peso, nos ombros e no olhar. Se pecar ainda adianta, levarei adiante o que de mim tinha ficado para trás. Levar devaneios para o jardim refresca os (r)humores desconcertados.

Lento e calmo descansa... Cor ação. Estou mago. Rins de mim. Dê do bom. A braço e mão. Um bingo perdido. Tem dois encurtados. Quão fragmentado está esse organismo. Mas um dia ele se acha na vida. Talvez um chá acalme esses nervos floridos na pele árida.

Levianamente afago os desatinos, os destinos, os intestinos e os cretinos momentos desse hoje que já finda. Entre uma novela, dois novelos e nove acessos, entendo que devo desistir de ser feliz para sempre.

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