26 de agosto de 2010

piso e deito neste (con)solo


Passei a tarde e parte da noite esperando alguns apontamentos a respeito das partes adormecidas de afeto que se me reaqueceram nalgum momento do dia. Não chegaram, mas não cheguei a ficar (des)apontando. Só me fez lembrar que ser sincero pode descomprometer a contrapartida de uma relação.

Os risos e lágrimas perante os desenhos animados, as emoções e torcidas diante das premiações de cinema, as júrias e poesia nas palavras ditas e escritas, os presentes afetuosos, a cumplicidade inocente que permitia ser tudo... Nada adiantou. Qual a consistência do ato de substituir o nome do outro pela palavra "amor"? Pergunta que ecoa em ondas no mar bravio da minha encosta afetiva.

Perdi ou encontrei algo, alguém, algoz?

"Se perdem gestos, cartas de amor, malas, parentes
Se perdem vozes, cidades, países, amigos
Romances perdidos
Objetos perdidos
Histórias se perdem
Se perde o que fomos e o que queriamos ser
Se perde o momento
Mas não existe perda
Existe movimento."

Texto recitado pelo personagem Sombra (Luis Miranda) no filme "O Signo da Cidade"
Imagem: "The Rest" de Pablo Picasso
Capturada em:
http://www.art.com/asp/default-asp/_/posters.htm?ui=7DBCDB207ED941F0AA1F914D6601E675

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