11 de setembro de 2010

folk theory


Venho andando pelos dias afora, afoito, aferindo-me as pressões demandadas pelas atuais lições de vida e morte que recito sozinho.

Fico e vou, volto e permaneço. Convicto, decido tomar a atitude, a água, o remédio que me faça mudar de idéia. Mas eu já sou essa idéia, negá-la agora, é desistir de um pedaço bom de minha existência.

Voluntariamente descubro minhas lacunas, destruo minhas lamúrias, destrono minhas leituras. Vergonhosamente comovo minhas pálpebras, como minhas unhas, movo minhas mãos.

Melhoro um pouco o humor, reparo as arestas do olhar e atuo bem perante meu público particular de convivência. Misturo tão bem a agonia e o prazer que, por determinado momento, convenço a mim mesmo que vou partir dessa para outra.

Sou outra vez, aquele moço entre canções platônicas, amores pré-socráticos, desejos cartesianos. Sinto tanto e experimento pouco, filosofo para extrair sentido disso que escrevo e assim encontrar outros modos para não (d)existir, nem morrer de (r)ir.

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