6 de setembro de 2010

a mãe e sendo


Uma manhã delicada e cinzenta surge através do vidro para o qual olhei a noite toda. Timidamente ela diz: 'Levante e ande!'

Penso no que fui. Lembro do que posso ser. Entendo que não sei ser o que preciso. Lamento sozinho engolindo nós nesse quarto sem portas para que ninguém ouça.

Ficarei aqui só até o necessário, cumprindo à risca a escolha feita. Enquanto esse dia não vem, curto a manhã cinzenta que quer fazer milagres em mim.

Foto: Odailso Berté

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