4 de setembro de 2010
Quando um piano nos toca
O filme áustralo-franco-neozelandês "O Piano" (1993), dirigido por Jane Campion, possibilita construir tantos sentidos acerca do toque, do tato, da percepção.
O toque do colonizador que corta o toque do outro, que pisa na terra alheia e busca negociá-la como coisa útil, objeto de troca. Um toque que negocia coisas, pessoas, objetos afetivos, não é capaz de tocar outro corpo com cuidado e ternura e nem deixar-se tocar.
O toque de quem simula querer aprender tocar piano, quando na verdade, quer tocar e ser tocado pelo outro ser humano, a quem com carinho e paixão, consegue tocar até o mais sensível e sublime dos sentidos. Um toque que faz o corpo suar música.
O toque de um corpo que não fala verbalmente, coberto por rudes vestimentas, que faz fluir narrativas e música dos dedos, das mãos, dos gestos, dos olhos. Corpo que é capaz de morrer amarrado àquilo que lhe dá sentido para tocar e ser tocado. Corpo que fala, grita e geme sem pronunciar uma palavra.
O toque de um corpo infante, alado e brincante, que voa se fazendo ponte entre o corpo que não fala e o mundo que o interpela. Toque filial de quem dança se fazendo mensagem para possibilitar que outros corpos se toquem.
Imagens capturadas em:
http://cinemacomrapadura.com.br/filmes/1649/piano-o-1993/
http://sindromedeestocolmo.com/archives/2006/10/filmes_para_sub.html/
http://modacine.blogspot.com/2009/02/o-filme-o-piano-inspira-editorial-da.html
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