7 de setembro de 2010
Sex and the Body
Somos animais filosóficos que se perguntam sobre vida, morte, política, tempo, sexo, etc. Ponderamos acerca da nossa corporeidade, sexualidade e afetividade, ou, pelo menos, temos essa possibilidade.
Corpo, sexo e afeto tem de estar sempre juntos? Que sentido tem 'fazer por fazer'? É possível sexo sem afeto? É, e bem o sabemos.
Nenhum sentimento moralista ou religioso está em jogo. Apenas questões próximas do velho binômio sexo x amor. Como fazer um sem o outro? Há uma necessidade biológica de prazer sexual no ser humano, aceita, válida e notória. Se é que sexo precisa ter sentido, onde encontramos sentido para transar?
Que sentidos se produzem em nós quando transamos sem amar? O sexo vale por si só ou necessita do afeto? Pessoas que necessitam que esses dois elementos andem juntos, são, necessariamente, problemáticas e antiquadas?
Os mistérios gozozos são infinitos. Mas, será que fazer sexo com amor seria só mais uma fantasia sexual? Penso que a carnalidade sexual está impregnada de sonho, desejo e sentido. No sexo os corpos se encontram e, sem romantismos adocicados, há um grau de intimidade recíproca nesse ato. Há afetos compartilhados, pois trata-se de entrar no corpo do outro, tocar-lhe o corpo de modo mais intenso e caloroso, não só com mãos que meramente 'pegam'.
Quem sabe existam certos corpos que encontram prazer na afeição. Afeiçoar-se é um modo de dar e receber, de relacionar-se, onde o cuidado com aquilo que se entrega ou se recebe molda o jeito de tocar, perceber e gozar. Quando o corpo se afeiçoa e afeta o outro, pode ser que o sexo não vire só gozação. Sexo e afeto são jeitos do corpo entrar em (con)tato com outros corpos, são modos do corpo proceder. Corpo, sexo e afeto são como fontes de vida e de prazer.
Para muitos, pensar/fazer sexo assim pode não ter sentido. E nem precisa. Para outros, o gozo chega inundado de afeição. De minha parte, empresto as palavras de Martha Medeiros e digo: "tragam flores para meus vasos sanguíneos". Doem afetos para (m)eu corpo humano.
Frase de Martha Medeiros no poema 32 do livro "Cartas Extraviadas"
Imagem: detalhe da capa do livro "Sex" de Madonna
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