24 de setembro de 2010

Sex and the Ego


Será que o ‘Id’ realmente tem razão em brigar com o ‘Ego’? Seria o ego um cara tão ensimesmado que não cansa de repetir para quem quer que seja: ‘você tem que me amar’? Por que sofremos com o fato de não sermos mais amados e nem desejados pela pessoa que amamos? Será que o 'ego' é um cara redundantemente 'egocêntrico'?

Um sentimento de impotência e inferioridade parece compor a nossa maquiagem corporal quando nos vemos desnecessários aos desejos do ser amado. Feiúra, burrice, infantilidade, insegurança, má combinação de roupas, performance sexual insatisfatória... Características que pensamos ser nossas e que podem ter sido o motivo de nos tornarmos desinteressantes.

A nefasta sensação de ter sido trocado por alguém, supostamente, mais interessante abala as estruturas da auto-estima. É aí que o ego inflama e se faz mil e uma perguntas acerca de como tem se portado na trajetória da relação. Até mesmo um super ego passa à beira de um colapso ao imaginar-se problemático ou defeituoso a ponto de tornar-se indesejado.

As relações são mutantes, não podemos mandar nos sentimentos e nos desejos dos outros e, por vezes, nem nos nossos, eles variam, se expandem, se esvaem. Mas nosso ego acostumado a ser acariciado pelo amor do outro não se conforma em ser tirado do foco central. Seria por extinto que o ego age assim ou trata-se de um entrave a ser superado? Por que o fato de viver sem amor nos deixa tão inseguros? Por que ter outro que nos queira é algo tão necessário?

Nosso ego, ou, nosso eu, que é corpo, necessita de outro corpo, de calor, de prazer, de afeto. Tornar-se um desafeto é algo custoso que demora a fazer sentido diante da real necessidade que temos de ser amados. Será que isso Freud explica?

Foto: Odailso Berté

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