9 de novembro de 2010

Romansiando reversos


Na verdade, pairo agora por entre-lugares: planos movediços, paisagens - imagens de miragens, patamares suspensos da realidade sensorial.

Depois que um Nero desconcertado deixou-me ROMA do avesso, ateando fogo em meu urbanismo afetivo, vi meu medo banindo, do convívio cidadão em meu corpo, as espécies complementares de carinho, bem querer e desejo.

Como transeunte temeroso volto a passear pelas ruas e avenidas dos amores possíveis, atento ao atravessar, buscando faixas de segurança, guardas e policiais que me assegurem dos perigos. Pois nesse trânsito, impera a imprevisibilidade e a perversão com cara de inocência.

Por vezes, ainda olho para trás e, saudoso, vejo as ruínas de minha ROMA, ao contrário, antiga. Sei que lá fui feliz, naquele império de cumplicidades. Hoje, só resta lembrar, aplacar as queimaduras que ainda ardem e vislumbrar outras imagens que me façam reconstruir ROMA de trás pra frente.

Foto: Odailso Berté

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