23 de dezembro de 2010

Harold e Maude: recriando possibilidades de vida


Assistindo ao último capítulo da primeira temporada da série "A Sete Palmos", me deparei com a citação do filme "Harold and Maude" (EUA, 1971), versão brasileira "Enasina-me a Viver", direção de Hal Ashby.

Em ambiências lúgubres e, ao mesmo tempo, luminosas, onde um jardim coberto de flores faz analogia com um cemitério repleto de sepulturas, vida e morte formam um contínuo, sem os horrores fúnebres aos quais estamos acostumados.

O adolescente Harold se entende como alguém que não tem vivido, que já morreu algumas vezes. De família abastada, ele vive sabotando os planos da mãe autoritária que tenta manobrar sua vida profissional e afetiva.

Certo dia, em um velório de alguém desconhecido - ambiente o qual adorava frequentar - Harold conhece Maude, uma senhora de 79 anos, que possibilita-lhe recriar perspectivas de vida... Perspectivas estas que interpelam certas compreensões de corpo, amor, ordem, status, alteridade e sexo normativizadas pela Igreja, pelo Exército e pela própria Psicologia.


O roteiro de Colin Higgins, que já foi adaptado para TV e teatro, encanta com suas doses existencialistas e tragicômicas. De sua preciosidade literária, destaco algumas frases que podem até soar como versos de auto-ajuda, mas, se aqui estão, é porque fazem algum sentido, para mim, pelo menos.

Tente uma coisa nova todos os dias, afinal a vida nos foi dada para ser descoberta, não vai durar para sempre.

Eu acho que a maior parte dos males do mundo vem de pessoas que são "isto", contudo, permitem que sejam tratadas como "aquilo".

- Você reza?
- Rezar? Não. Eu me comunico com a vida.

- Você tem mesmo muito jeito com as pessoas.
- Ora, são da minha espécie.




Imagens capturadas em:
http://surpresasocultas.wordpress.com/2010/09/09/filmes-de-ter-harold-and-maude-1971/
http://castandbind.blogspot.com/2008/11/maude.html
http://4thwall.de/index.php?/archives/6-Harold-and-Maude.html

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