Exalando cheiro de chuva, de mar e de crepe de limão, as imagens do filme "Canções de Amor" (FRA, 2007), dirigido por Christophe Honoré, lavam a memória com diferentes paisagens de amor.
Com enredo criado a partir das canções pré-existentes de Alex Beaupain, o musical passeia pelo cotidiano de amores a dois, a três, a sós, entre homens e entre mulheres. A singeleza dos encontros e desencontros pergunta acerca da possibilidade de amar pela beleza do gesto, seja ele de quem for.
Entre abraços que derretem camas de gelo e vidas que continuam sem a presença da pessoa amada, a trama convoca a insistir no amor e, ao mesmo tempo, destituir o amor de seu pedestal idolatrável, pois ele é eterno enquanto dura.
Os afetos que se cruzam em ‘Canções de Amor’ relembram, como já disseram Milton Nascimento e Caetano Veloso, na canção ‘Paula e Bebeto’ , que “qualquer maneira de amor vale a pena”. No trajeto desafiador de descobrir-se um amante em potência, mesmo que o ser amado seja alguém nunca antes imaginado, brota um pedido sufocado entre beijos que estalam janela afora: “Não me ame tanto, mas me ame por muito tempo”.
Imagens capturadas em:
http://www.cinemaemcena.com.br/ficha_filme.aspx?id_filme=7829&aba=detalhe
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