21 de fevereiro de 2011
(acon)tecer o enredo dos dias
Hoje, um mês depois do meu aniversário, me dei conta que dia 18/02 fez um ano que mudei de lugar, de estado, de hábitos, de afetos, de âmbitos projetados e nunca habitados.
Uma inocente fagulha de saudade tracejou um coração diante de meus olhos. Atravessando-o, ao invés de uma flecha, pareceu-me ter marcas de pneus... Freada brusca ou arrancada violenta.
Do outro lado, uma ponta de tristeza veio dizer-me que, talvez, eu vá morar sozinho pela primeira vez. "É pra rir ou chorar?" (perguntei-lhe).
Nessa mesma tarde, um amigo distante, de idade próxima a minha, contou-me que está plantando um jardim e contruindo uma casa. Que abriu uma floricultura, está viajando por todos os continentes para escrever um livro e pediu seu namorado em casamento diante da torre Eiffel.
Entre recíprocas vibrações, ele me disse ter descoberto em sonho e regressões que irá morrer aos trinta e cinco anos. E mais que esperar por isso, está buscando viver bem cada dia.
Entre rir ou chorar, deixei-me naufragar naquele olhar prolongado que os mais próximos já reconhecem em mim e perguntam: "Aconteceu alguma coisa?"
Entre o peso e os achados desse 1 ano, o receio de assumir as contas sozinho, um sonho que anuncia a morte e um conto de amor em Paris, olho para o céu sem estrelas e prenuncio lágrimas, saudade e medo de dormir só.
Imagem do filme "Tetro", capturada aqui.
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