21 de fevereiro de 2011

(es)colhendo frutos


Tantos ‘eus’ afloram em mim desde que decidi ser vivo e escolher cotidianamente rumos para construir a própria vida. Eis o que cabe a um ser vivente, fazendo jus ao óbvio da frase.

No último domingo fui parabenizado por ser dez anos mais velho que os demais componentes da mesa à qual me sentava. Antes da pergunta sobre a idade rolar, já tinha me percebido distante daqueles assuntos, abordagens e interesses, no mínimo umas três décadas.

À beira de um fim reestabeleci um novo olhar sobre trocas, cedências, presenças e ausências. Mais do que avaliar, prevenir e tentar arquitetar uma relação, decidi me relacionar.

Aleatório ao tom dos outros sobre minha prática, escamoteando fiscalizações arbitrárias e sem meu consentimento, vou conjugando o gerúndio do verbo viver, seja vendo três vezes o mesmo filme ou dando um jeito na vontade boba de voltar às antigas seguranças.

Agora, já na casa dos trinta, é seguir escolhendo, ser sincero o bastante para arcar com o ônus da escolha e colher o que dela frutificar.

Foto: Odailso Berté

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