16 de fevereiro de 2011

Burlesque, uma vida, um estilo, uma necessidade


Há tempos um filme não me levava mais de uma vez ao cinema. Há tempos um filme não me deixava com vontade de dançar. Há tempos que eu não percebia o tempo passar durante o filme. Há tempos eu não desejava que o filme continuasse...

Como é preciso saber criar e dar oportunidade ao outro. Para que se expresse, se posicione, se mostre e faça-nos ouvir não só a nossa voz. Para que nos faça perceber o inédito que pode surgir quando, simplesmente, ‘abrimos as cortinas’ e deixamos que ele nos mostre que o palco é o seu lugar.

O cuidado com o lugar que concretiza um sonho resignifica o sentido de pertencimento a uma pequena comunidade artística que, a partir do seu modo específico de organização, ocupa um lugar outro no mundo. É comovente o apreço em manter vivo o lugar onde nascem as estrelas.

Dono de cores cintilantes, diálogos leves e bem humorados e um enredo dançante que se resolve em meio a belos números musicais, Burlesque (USA, 2010) se apropria de um argumento simples e deixa falar alto a picardia da imagem, do sonho e da dança.

A vontade que fica é de compor a vida de forma burlesca, ser sempre o menino que sonha, o homem que é e faz arte com corpo.


Imagem capturada aqui.

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