8 de fevereiro de 2011

Dançando no Escuro: porque viver é ver


Um filme que não pede análises... Só convida os sentidos para ver, ouvir, imaginar e pensar que a vida poderia ser um eterno musical. Em "Dançando no Escuro" (2000), sob direção de Lars Von Trier, Bjork brinda os olhos e o coração com uma atuação singela e precisa e questiona o senso de pertencimento à espécie humana.


A ternura inocente da menina que assistia musicais e saía do cinema antes da última canção para que o filme continuasse acontecendo em sua lembrança.


A entrega desmedida de uma mulher que dá à luz um filho pelo prazer de segurar outra vida em seus braços. A dedicação desinteressada de quem, sem poder enxergar, caminha diários quilômetros e se arrisca entre máquinas para que o filho possa ver para sempre.


A doçura de quem faz dos ruídos mecânicos – música; das ferramentas – objetos cênicos; do movimento do trabalho braçal – dança.


A luz de quem não enxerga, mas cria e vê imagens raras, faz da vida uma coreografia e, sem tropeçar uma só vez, dança feliz na escuridão.


Incompreendida por aqueles que não alcançam seus sonhos, se pergunta: “O que ainda há para ver?”


E no final, entre uma corda, pernas bambas, 107 passos e um óculos, derrete os corações empedernidos: “Dizem que é a última canção, mas eles não nos conhecem. Só será a última canção se deixarmos que seja.”


Imagens capturadas em:
http://www.cinema.com/film/3940/dancer-in-the-dark/gallery/index.phtml

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