7 de fevereiro de 2011

relato (s)em dó menor


Saí sozinho ouvindo música e tomei um ônibus meio a esmo. Fui buscar “Tudo Sobre Minha Mãe” e uma saudade maternal invadiu meu eu acanhado, confundindo-me a vida com o longa-metragem.

Andei como quem quer esquecer os pensamentos, adentrei lojas como quem cruza labirintos e, como de costume, peguei vários dvds e não comprei nenhum... Hoje o que eu queria mesmo era a “Mulher Gato” para ronronar comigo.

Tentei assustar o sentimento saudoso com um cappuccino gelado, mas o que vi, como o homem indiferente que olha a humanidade aflita em busca de acasalamento, foram flertes passando sem encontrar reciprocidade alguma.

Me táxi-transportei para casa atento para o fato de que minha poesia anda fajuta e meio ranzinza. Debruçado sobre minha nova escrivaninha, que de longe me faz recordar a escrivaninha xerife relatada em um texto bonito que li ano passado, debulho bobas palavras para consolar a tristeza infinda do dia que já se foi.


Imagem: Eloy Azorí no filme "Tudo Sobre Minha Mãe" de Pedro Almodóvar.
Capturada em:
http://cinemacomrapadura.com.br/filmes/935/tudo-sobre-minha-mae-1999/

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