13 de agosto de 2011

"Para frente" diz a flecha do tempo


Lenta e calmamente a vida vai ganhando tons de tranquilidade, devolvendo os pingos aos "is" e assumindo garantias que se esvaem como as certezas que acreditamos ter. Nem bom nem ruim, até prefiro que seja assim. Antes só do que mal acompanhado por lembranças, dizeres a atitudes desgastantes.

Foi-se o tempo, passou aquele lugar, borram-se as imagens, despencam os sentimentos. Não julgo, apenas vivo esse processo sem mascarar nada. Mas isso, como tenho experienciado, é dádiva que poucos alcançam. Fazer o quê? Humanos e suas manias.

Mesmo sabendo que o tempo é irreversível, como disse Ilya Prigogine, às vezes me pego olhando para trás, escondidinho, por cima do ombro, pelo canto do olho. Faz parte desse meu jeito afoito por memórias e imagens, coisas que me fizeram quem sou. Mas a flecha do tempo, que só aponta para a frente, me convova a seguir o movimento, definir os novos passos e desvendar o percurso que ainda vem corpo afora.


Imagem do Espetáculo "Café Müller" de Pina Bausch
Foto de Paulo Pimenta
Capturada aqui.

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