6 de agosto de 2011

Mãos distantes que ainda tocam


Segurou minha mão até o último momento em que nossas presenças estavam conjugadas. Chorou comigo, deu-me gestos de maturidade, falou com graça e sabedoria de um jeito encantador que os mais antigos diriam ser além da sua idade.

De asa morena esse anjo ainda acrescenta frescores em minha vida. Quando me chama de seu, devolve-me a tenacidade que me faz existir com mais impacto. Sim, sou seu, sem qualquer receio do tempo, da distância e de outrem. Aceito o incerto dos dias em nome do querer, do ser e do amar sinceros.

Adiante nos afazeres que competem a um homem comum, de diferenças peculiares, manifesto-me sem as pretensões de outrora. Ouço os passos dos moradores de cima e adormeço imaginando o granizo no teto de zinco da minha infância. Impeço os aborrecimentos de fazer morada em mim, pois agora, só quero que a segurança daquelas mãos acaricie meu sono.


Imagem capturada aqui.

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