27 de setembro de 2011

... in Rio


Não me furto de pensar sobre o que poderia ter sido possível e não foi. Considerar possibilidades engrandece nossa atuação entre os demais humanos que estão à nossa espera e pelos quais esperamos. Convivo entre fantasmas que cantam ocultos em minha ópera afetiva e, assim, me esforço para resignificar certas experiências vividas.

O duelo entre a minha exigência e a sua displicência contornaram meus pensamentos e passeios pela cidade maravilhosa. O Rio é lindo! Merece os elogios que lhe são atribuídos. Lembro que há um mês me senti preterido por esse lugar. Troca justa. Meus contornos talvez sejam menos atrativos. Lá no fundo da minha percepção, imaginava pedaços do teu olhar encantado ao ver tudo isso.

Ao escrever isso, me dou conta que hoje somo outro dia 27 e quieto recordo aquelas celebrações a dois, coisas pequenas que inventamos e que vão ficando para trás. Considero que esquecemos facilmente aquilo que é superficial. Árduo é esquecer aquilo que com o tempo regamos e ganhou raízes profundas, difíceis de arrancar. Nada que uma viagem de duas semanas apague.

Mas ainda tenho três dias de Rio e, enquanto finda o Rock in Rio de um lado, de outro saboto a atitude de turista e descubro monumentos não credenciados, momentos a só, descanso, passeios despretensiosos, amizade rara que desponta à distância, cruza o tempo, traz risos e afeto para sobreviver muito mais tempo.

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