Todo o lugar estava iluminado por milhares de velas que dançavam ao ritmo das chamas consumidas pela cera. Velas grandes e robustas, pequenas e gastas. Todas tão diferentes como as pessoas que existem nesta vida. Entre aquelas velas, a sombra de Frida tentava alcançar uma mesa elegantemente enfeitada com flores e frutas tropicais, que mostravam seu interior carnudo como sensuais exibicionistas. Havia travessas com graviolas, romãs e melancias rosadas, que compartilhavam o espaço com um enorme pan de muerto, cujos ossos, perfeitamente moldados, estavam cobertos com refinado açúcar.
"Bem-vinda! Convidamos todo mundo para a festa", disse um dos convidados do banquete.
"É preciso esperar a chefa para começar", anunciou a caveira.
Trechos do livro "O segredo de Frida Kahlo", de Francisco Haghenbeck
Imagens:
"Catrina de Frida", Jesus Buenrostro Galicia
"La novia se espanta de ver la vida abierta", obra de Frida Kahlo
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