Um ano depois. O que pode acontecer? Quanto pode mudar? Quem seremos? Onde estaremos? Nossas projeções determinam muitas das nossas ações, todavia, a existência é movediça, imprevisível, mutável e surpreendente.
Se há um destino, ele é extremamente flexível e maleável, sempre a mercê do acontecimento. Permanecem as lembranças de um ano atrás, as boas e as ruins. Procuro respeitar minhas memórias, pois causando dor ou alegria, elas me constituem e são insubstituíveis.
Cada pessoa deixa uma ausência própria, uma falta que, pelo menos pra mim, não se substitui com outra presença. Essa é uma lição aprendida. É preciso experimentar a perda, a lacuna, fazer o luto em meio ao féretro zombeteiro das memórias que dançam numa depressiva canção.
Para mim, Damásio está corretíssimo: Eu penso por imagens! Elas me constituem, tecem minha mente e meus sentimentos. Elas tem o poder de me derrubar, me prostrar, me fazer (arre)pendido. Elas vivem dentro e fora de mim. Algumas preciso guardar em compartimentos reservados. Preciso que elas me deem um tempo para poder articular uma reconstituição necessária.
Especificamente essas de que falo, nasceram há um ano atrás, emergidas de uma escolha sincera, uma entrega e tantas esperas. Um ano depois, não escolhi nada externo, nem títulos, nem privilégios, apenas a mim. E me contesto, me contenho, me constituo com essas tantas imagin(ações).
Imagem do filme "Brilho eterno de uma mente sem lembranças"
Capturada aqui.
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