1 de março de 2012
Hoje
Eu pensei sobre o que cada linha diz. Retorno a elas e vejo que estão escritas simetricamente, mas, como setas cortantes, apontam situações tortuosas.
Sempre é hoje, o resto é lembrança e possibilidade. Constituição do que somos no presente: agora, antes e depois.
Amar, sorrir e chorar, verbos intensos de se conjugar tudo num dia só. Mas nessa tragicômica humanidade, é com intensidade que arquitetamos nosso cotidiano guia.
Queria eu ser um "belíssimo texto" para em tua tês negra acalentar a toques de linhas e versos. Ser palavra pirografada a dedos quentes em tua planilha corpo/oral. Te fazer quadro negro, literalmente.
Ser teu hoje, com antes e depois, para expandir uma vivência intensa de sílabas, sussurros, segredos e sentidos. Sentindo só o sexo que, entre tantas outras delícias, há de alimentar nossa vibe de homens envaidecidos de amor.
Ojerizo o que hoje me deixa só assim. Sem objeções, objetifico o pensamento nessa ortografia coreográfica, para dançar esse sentimento hodierno. E por hoje é só.
Foto: Odailso Berté
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