9 de abril de 2012

Sex and the Now


A trilha desses dizeres (que seriam ditos ontem) era para ser "I will always love you", na voz de Whitney Houston. Meloso demais? Dramático? É, talvez sim. E há uma estrofe da canção que se adequa ao que ainda penso/sinto:

Eu espero que a vida te trate bem
E espero que você tenha tudo que sonhou
E desejo pra você prazer e felicidade
Mas, acima disso tudo, eu desejo pra você amor.

Embora forte e esperançoso, penso que refrão seja dispensável. Prefiro seguir com "Love", do Kazaky, que em meio a uma estética queer segura de si e com uma letra pop bem simples, me diz muito, agora:

Você me quer
Você me ama
Você me odeia
Eu não me importo.

As canções vão compondo enredos, dando tons e notas que orquestram o modo como organizo a dimensão amorosa do momento. Foi difícil chegar nesse grau de pouca importância, mas aqui estou. Sem caso, sem outro, sem amor. Dando um tempo para mim, para nós, vós, eles.

Fazendo pose de estátua, escultura, vitrine-viva, manequim que quer ser visto, contemplado como obra na qual não se toca. Uma pintura de Michelangelo, uma escultura de Rodin, uma foto de Mapplethorpe.

Corpo em evidência que faz de calçadas sua passarela. Imagem que vê e é vista. Só isso basta por hoje. Amanhã talvez o look já seja outro. Moda que vai volta numa continuidade bem descontínua.

Livre, lento, lendo o que eu mesmo escrevo, só para corrigir e postar sem maiores pretensões. Porque amor, agora, é só uma palavra que conjugo com outras, faço textos, teço fatos.

A vontade que me adentra os poros é de sexo com a cidade, pura relação corpo - ambiente. Trabalho empírico de escritor que observa os agires urbanos e (d)escreve. Se deleita com o prazer dos outros, voyeur do cotidiano.



Imagem do music video "LOVE" - Kazaky
Capturada aqui.

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