11 de abril de 2012

Sex and the Giving


Não tendo amor qualquer com que se preocupar, começo a perceber mais os amores dos outros. Coisa de quem não enxerga o próprio rabo? Coisa de quem mete a colher [...]? Dor de cotovelo? Nem tanto. Observo, ouço, vejo e comento comigo mesmo. I swear!

Lourdes, minha ex-top model predileta, terminou um namoro de seis anos - se não me falha a memória. Ele confessou a traição mas suplica o perdão dela. Ela tem se mantido firme, controlando as aproximações e as táticas de comoção da família que ele usa. Todavia, no último sábado, entre uma cerveja e outra, ela não resistiu, deixou seu senso crítico de lado e deu.

Wal, uma conhecida meio dupla personalidade, talentosa e mentirosa pra dedéu, anda naquela faceirisse de menina que volta a ser cortejada. Sabe aqueles telefonemas em que você fica meio que se derretendo, pingando e se coçando todo diante das coisas que o fulano do outro lado fala? Coincidência ou não, sempre que estamos juntos a danada recebe esses estímulos sensoriais ao pé do ouvido. O telefone funciona como vibrador. Affffff... A bonita voltou a dar.

Se isso mexe comigo? Talvez, afinal estou escrevendo sobre. Algo nisso me desafia no sentido de pensar: O que eu já dei? O que deixei de dar? Deveria ter dado mais? Ou menos? Dando a gente recebe? Devemos dar sem pensar em receber algo em troca?

Os momentos em que passamos sem dar e nem receber podem proporcionar um certo olhar de balanço diante do estoque de doações afetivas. Olhamos para o que não foi dado e está mofando, ocupando espaço, causando remorsos. Percebemos o quanto foi dado de bom e o tanto que foi dado em desperdício, que transbordou e, na verdade, só ocasionou cobranças do tipo: "se dei isso, quero receber de volta na mesma proporção".

Não sinto inveja de Lourdes ou de Wal, acho que se elas têm estoque e têm disposição para a doação, tem mais é que dar mesmo. Contente por elas e contido por mim, só observo as doações em meu entorno e sigo com meus balanços internos... Dando tempo, dando corda, não dando bola... Dando beijos nesses momentos que me dão chances de rever os dados e pensar no que pode ser dado.



Imagem do music video "LOVE" - Kazaky
Capturada aqui.

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