4 de setembro de 2012

Eu, romântico? I'm so worth it


Minhas pieguices e erudições seguem se misturando no jeito de andar, escrever, pensar, sentir. Até de romântico foi chamado meu modo de escrever. Não entendi se foi elogio, piada ou ironia, mas era verdade, adoro um temperinho para letras e sentidos. Mas não é forçado, it's so natural, misturas de filosofias e danças.

Com textos tão focados em história visual, meu filme cotidiano ganha trilha sonora de Wanessa (a filha do Zezé Di Camargo). Nenhuma incompatibilidade gritante, valha-me Adorno! A não separação do visual dos demais sentidos, proposta pelo texto, reverberou para além das elucubrações e me fez cantar e dançar empolgadíssimo: "When you see what you lost, you won't wanna pay the cost, you'll curse it, I'm so worth it! Just shut up, let me say, don't throw it all way, we were perfect, I'm so worth it... I'm so worth it".

Sinceramente, só o texto não teria jogado tanto gliter na auto-estima. Indústria cultural? De massa? Que massa! Use com moderação e faça carão de "bunita" para os marxistas de plantão, faz um bem danado.

Falando nisso, entre os filmes que deixaram imagens escorrendo pelo corpo, lembro de Meryl Streep vivendo a dona de casa contida e sonhadora, tentando salvar seu casamento em "Um divã para dois" (2012). Ao final do primeiro exercício dado pelo terapeuta, o semblante  satisfeito da mulher que se sente vitoriosa ao acordar envolta nos braços do marido enternece todas as vontades de amar que habitam o espaço/corpo que somos. Como nunca, dormir/acordar de conchinha me pareceu tão gostoso e necessário.

Com lindas e coloridas referências dos anos 80, "Rock of Ages" (2012) reascende o sonho vivido em "Burlesque" (2010), e em vários outros filmes, da moça que sai do interior para buscar o sucesso na cidade grande. Mas quem não fica enrubecido com sonhos assim? Eu me derreto todo refazendo todas as coreografias do musical qual protagonista possuído em 3D pela arte. Da coreografia dentro de uma igreja, liderada por Catherine Zeta-Jones, às coreografias no pole dance, na Venus Club, sob o vozeirão de Mary J. Blige, transporia qualquer limite ou moral, só pelo prazer de dançar, de discursar impropérios e conceitos com corpo.

Pois é benzinho, posso ser romântico e áspero, casto e promíscuo, pop e erudito, dançarino e filósofo, streaper e conferencista, monge e carnavalesco... Na mesma toda, no mesmo gingado. A questão é: qual deles você paga pra ver? a qual deles te apetece evocar?

Imagem do trailer do filme "Rock of Ages".

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