Há alguns bons metros, distante da casa, dentro do potreiro (curral), ficava o poço d'água. A pequena mina vasava e formava o açude, rodeado por jasmins do banhado, pés de ariticum e um grande pé de guavirova. Lá ia o menino, todos os dias, buscar pequenos baldes de água para a sede da família. Demorava em suas idas, pois as águas lhe atraíam, ora pelo frescor do lugar, ora pelas frutas em seu entorno. E é claro, pelo perfume inebriante que exalava da brancura dos jasmins.
No outono, quando as folhas tendiam a cair aos montes, era preciso limpar o poço. Lá iam a mãe e o menino. Ela tirava toda a água armazenada, tirava as folhas alojadas no fundo e a terra que por vezes descia do barranco com as chuvas. Dizia ela, que não se podia deixar fios de cabelo caírem dentro do poço, pois eles cresciam e se transformavam em cobras. Estações mais tarde, o menino, que já sabia os passos de cor, protagonizava sozinho o balé das águas. Qualquer aridez cotidiana podia ser aplacada por esse banho de cheiros. Jorravam prazeres naquele lugar abençoado por frescores.
Imagem: Wolney Fernandes
No outono, quando as folhas tendiam a cair aos montes, era preciso limpar o poço. Lá iam a mãe e o menino. Ela tirava toda a água armazenada, tirava as folhas alojadas no fundo e a terra que por vezes descia do barranco com as chuvas. Dizia ela, que não se podia deixar fios de cabelo caírem dentro do poço, pois eles cresciam e se transformavam em cobras. Estações mais tarde, o menino, que já sabia os passos de cor, protagonizava sozinho o balé das águas. Qualquer aridez cotidiana podia ser aplacada por esse banho de cheiros. Jorravam prazeres naquele lugar abençoado por frescores.
Imagem: Wolney Fernandes
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