O filme "Nine" (EUA, 2009), dirijido por Rob Marshall, desperta vontades a partir do que nele foi feito e do que nele poderia ter sido feito. Guido Contini é um cineasta italiano conquistador em torno do qual sete mulheres derramam seus afetos e desejos: a mãe, a esposa, a figurinista, a prostituta, a amante, a atriz e a repórter. A ele dedicadas e por ele dilaceradas.
Enquanto ele adentra sua melancolia, por ter perdido a inspiração, busca suporte nelas. E elas o suportam até perceberem o quanto lhe serviram de suporte. Destaco a performance da cantora Fergie que encarnou a prostituta Saraguina, a qual iniciou Guido na vida amorosa.
Enquanto ele adentra sua melancolia, por ter perdido a inspiração, busca suporte nelas. E elas o suportam até perceberem o quanto lhe serviram de suporte. Destaco a performance da cantora Fergie que encarnou a prostituta Saraguina, a qual iniciou Guido na vida amorosa.
Sua performance remonta uma espécie de lição/catequese a meninos sobre como agradar uma mulher. Na dança entre cadeiras e areia e na secreta aula à beira-mar, Saraguina ensina aos diabinhos italianos a como ser um homem italiano gentil, amante e conquistador.
Com irreverência, o cruzamento das cenas deflagra um delicado arranhão nos pudores morais que, ao mesmo tempo em que condenam, também consentem e incentivam costumes sociais machistas e sexistas. A mulher que ensina é antes ensinada pelo sistema. Nessa tradição onde ainda se reza e prega que é atrás do grande homem que está a grande mulher, "preferiria ser o homem", disse a atriz, musa de Guido, interpretada por Nicole Kidman.
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