20 de fevereiro de 2010
Vamos e viemos... ainda não amamos
O dia de São Valentim, USA, 14 de fevereiro, celebra o amor e o reforço da amizade. O filme "Idas e vindas do amor" (USA, 2010) reúne diversas relações cotidianas que se cruzam e tecem um enredo interessante.
Imersos na sala escura lotada do Cinema Multiplex - Iguatemi/Salvador, o público ria e suspirava profundamente diante das mais variadas histórias românticas.
Num dado momento, um dos galãs assume, publicamente que é gay. Até aí, tudo bem, ele segue, aparentemente, sem parceiro. Nas proximidades dos finalmentes, quando quase todos os pares estavam achados, outro dos galãs, que até então aparentou cortejar uma mulher, entra no apartamento do gay declarado com flores para este, seu namorado. Apenas isso. Mas, pra quê???
O cinema veio abaixo. Gritos. Inúmeras exclamações de horror. Comentários de repúdio. Expressões de: Como pode? Onde já se viu? Que absurdo!
Eu, sentado entre três garotas desconhecidas e inconsoladas com a situação, pensei/falei ao mesmo tempo e em bom tom educado: E QUAL É O PROBLEMA? Tipo... "Perdi uma parte interessante do filme"? "Será que eu não entendi alguma parte"?
Nunca elas imaginariam uma reação instintiva, nesse tom, bem do seu lado. Sem graça, uma respondeu: Nenhum problema...
É, se não houvesse problema, não seria necessário o espanto geral. E viva a São Valentim, que deve se revirar no caixão por causa das nossas expressões de amor padronizado e héterossexista. Seguimos indo e vindo... Entendendo bem pouco, ou, não querendo entender as várias formas de amar.
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