16 de maio de 2010

(An)Danças que inquietam


As (an)danças dos dois últimos dias causaram extranhamentos e muitas inquietações, tanto em mim quanto em outros corpos. O II Dança na UniverCidade, realizado pelo Curso de Dança da UFS em Laranjeiras/SE, protagonizou ensaios de um encontro para refletir acerca da dança, priorizando explanações intituladas 'histórias sobre a dança', oficinas e não debates.

Invocações do tipo: 'a dança vem de dentro', 'a dança está na veia', 'dança para divertir, emocionar, estravazar', 'a dança não é só corpo e movimento, é vida, é relação', 'para além do corpo, histórias de vida', 'deficientes são missionários para mostrar a diferença', 'educação não é só o cognitivo, é jogar, brincar, se relacionar', 'já existe, em SP, uma cia. de balé para deficientes', 'a essência da dança', 'a universalidade da dança' e etc, dividiram espaço com importantes reflexões acerca das relações entre dança e educação, numa perspectiva freireana, a evolução do primeiro curso de dança do Brasil, da UFBA e dança e performatividade (observação, descrição e análise da dança).

Em sua configuração, o evento possibilitou muitas reflexões acerca dos entendimentos de dança que vem sendo disseminados em alguns dos cursos de dança abertos nas Universidades Federais do Brasil, que ora parecem apontar para uma perspectiva de construção da área de conhecimento 'Dança', ora denotam uma fragilidade reflexiva que reforça as tradicionais e hegemônicas concepções de dança enquanto uma manifestação da esfera puramente sentimental, desencarnada e subjetivista.

Enquanto dançarinos, educadores e pesquisadores, ainda temos muito a nos dar conta de como proceder na configuração da nossa área de conhecimento, a dança.

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