Amor também é um produto do corpo, é um processo físico, material e concreto que sofre quando não pode tocar.
Conjugar o amor é amar a partir de coisas cotidianas simples: um filme pelo qual se espera ou há tempos se deseja ter, um presente escolhido com esmero, um passeio a um lugarejo simples, um querer intenso de superar distâncias, uma coleção de trocas recíprocas onde cada um pode ser o que é, muitos desejos repartidos para oportunizar prazer de ser, estar e fazer da maneira mais gostosa possível, uma foto de uma paisagem estética precária que traz presente os traços admirados pelo ser amado, ingênuas dúvidas que fizeram as malas e estão partindo para bem longe, um bem querer que aponta para uma vida conjunta...
Me perdoe, caro Platão, mas isso tudo não aponta para nenhuma 'alma desencarnada'. O ambiente e o sujeito do amor é o corpo que somos.
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