9 de setembro de 2010

Sex and the 'Tic Tac'


Existe mesmo um tempo certo para cada coisa? Mesmo o que dura um segundo pode ser precioso? É só o tempo em que se está junto que valida uma relação? A distância ajuda ou atrapalha? Eterno é só enquanto dura?

Se tomamos por base a fluidez com que os contatos entre pessoas hoje se estabelecem e se dissolvem, de fato, relacionamentos durodouros tendem a sucumbir. Histórias de amor parecem, cada vez mais, enredo de filme de arte.

Concordo que o contato, a presença, o corpo a corpo, 'the face to face', a convivência, são possibilidades para que os acordos de uma relação se concretizem. No dia a dia é que o verbo se faz carne, o 'eu te amo' se efetiva e se afetiva.

Todavia, os pares não podem empreender uma simbiose constante, afinal trata-se de indivíduos particulares, com seus tempos e espaços próprios. Há de se ter um certo distanciamento crítico. Mas haveria uma necessária demarcação de tempo para a distância? Quanto tempo se resiste estar longe de quem se ama?

Um casal que namora por quase três anos e, fazendo as contas, passaram juntos (no mesmo espaço e tempo) em torno de sete ou oito meses, tem garantia de uma relação promissora? O que significa estar junto fisicamente?

É com corpo que amamos. É no corpo que se dá o amor, o desejo, a saudade. O sentimento de pertença, de ser junto, é físico, se dá no corpo, mesmo quando se está distante.

Quando não é possível 'estar junto' vale a pena 'ser junto'? Qual dos dois pode ser mais passageiro, 'ser' ou 'estar'? Amor se justifica por ser ou por estar? É o 'tic tac' que demarca a validade de um amor?

Deixemos o 'tic tac' passar e vejamos o que de ontológico permanece em nossos corpos amantes.

Imagem capturada em:
http://racabrasil.uol.com.br/cultura-gente/113/artigo57530-2.asp

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