26 de novembro de 2010
Took my heart to the limit
A frágil criança veio à tona no momento em que sua demonstrativa carecia ser corajosa. Aliou-se a sua sinceridade, deu as mãos a sua verdade, beijou o semblante do senso de si e chorou.
De cara com o desmanche desfez o pacto, mas seguiu com a sensação de rejeição indolente. Sua inocente tentativa de resignificação despencou no precipício do mesmo incompreensível e dilacerante mal-me-quer.
Tola utopia em construir um amigo de madeira, que não partilha afeto, que não tem calor no corpo, que não acolhe em si o outro. Nem Pinóquio foi assim. Espanto, desencanto, desalento.
Os caminhos de antes disseram para não voltar. Os passeios bem que tentaram alegrar, mas só encheram os olhos de lágrimas. O transtorno assombrou e dominou o corpo que antes dizia amar. Apoderou-se até dos restos de sentido. Eliminou o homem de outrora.
Coração levado ao limite recolhe-se a sua insignificância, dá passagem para a outra banda e abranda seus sonidos. Curiosa tristeza, árdua leveza, ausente franqueza. Não mais os termos de antes. Notas tomadas que não servem nem para legenda de um capítulo futuro.
Assim retorna, sem danças inovadoras, meio desconexo e descalço. Entenderá que, daqui pra frente, seus apegos terão de ser comedidos e suaves, sem as intensidades passadas. Pois sabe que elas alegram e entristecem na mesma dose, forjando antídoto para seu próprio veneno. Entendeu agora que não é hora de estar de volta, pois não existem mais aconchegos.
Imagem capturada em:
http://comunidade.sol.pt/blogs/lobomalvado/archive/2007/05/22/Abra_E700_o.aspx
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