22 de abril de 2011

Paixão de Corpos Tristes


Meu corpo em um triz tece dezenas de aves Marias, Ritas e Fátimas, (des)penadas de tanto acudir os filhotes que sobem e não conseguem descer.

Se a (c)alma me falta, é porque o corpo em quietude lança chamas dormentes e chama de volta os malgrados expulsos do paradisíaco (en)canto em que vivo.

Entre a cruz e a espada pairam cor, ação, fé, dor e tantas coisas mais. A dessemelhança também pode ser mera coincidência quando o mar vermelho se fecha para balanço de ondas.

Esta sexta, de santa tem só a intenção, pois a vontade é de quinta. E o momento em que encontro, me apresento, me contento e dou de ré ao satanás, pois faz sol assim. Deu sim, é bom, daremos todos um jeito nesse meu tempo que está relampejando.

Vou para a rua que me chama a proferir ousadias, para a chuva que me convoca a engolir melhorias, para a cama que me atesta tantas euforias. Ligeiras palavras vão passando pelo canal, mas raras são as que atingem o óvulo, nesse orgasmo lingüístico.

Assim seja. Amém, tiras e verdades retalham, apaixonadamente, a vida sacra desses corpos em um triz tecidos de amor em fios.

Imagem capturada aqui.

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