24 de junho de 2011

Quando o fim se faz em azul

A dor é a personagem que melhor atua quando a cena é o final de um romance. Todavia, ainda é possível não ser piegas ao produzir imagens, ações e canções para dizer que um amor acabou.

O fim de um processo, o fim da permanência em um local, o final de um curso, o fim de uma relação... Elementos vivos se cruzam com a imagem viva na tela. Vida e cinema se abraçam e trocam afinidades fazendo do corpo (m)eu, o lugar desse encontro melancólico.


"Blue Valentine" (2010), que nada tem de "namorados para sempre", é um filme desses que se arrastam com a gente para casa. Consegue pintar de um azul doído o fim de um relacionamento e reporta-nos para as tantas perdas que na vida ganhamos.

Michelle Williams e Ryan Gosling atuam numa espécie de tradução carnal dos malgrados que um fim pode instaurar. Devolvem-nos a inocência e a culpabilidade das sentenças que uma convivência decreta.


Talvez, o que nos namore para sempre sejam os tons azuis, ou de outras cores também, de um fim que volta e meia torna a terminar na lembrança que não finda. Enfim, finitudes assopram nas estridências de uma voz feminina que, cantando, se intercala ao coro que insiste... "You and me... You and me..."

Imagens capturadas aqui.

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