27 de outubro de 2011

15 de outubro de 2011

Sobre memórias, imagens, lembranças


Um ano depois. O que pode acontecer? Quanto pode mudar? Quem seremos? Onde estaremos? Nossas projeções determinam muitas das nossas ações, todavia, a existência é movediça, imprevisível, mutável e surpreendente.

Se há um destino, ele é extremamente flexível e maleável, sempre a mercê do acontecimento. Permanecem as lembranças de um ano atrás, as boas e as ruins. Procuro respeitar minhas memórias, pois causando dor ou alegria, elas me constituem e são insubstituíveis.

Cada pessoa deixa uma ausência própria, uma falta que, pelo menos pra mim, não se substitui com outra presença. Essa é uma lição aprendida. É preciso experimentar a perda, a lacuna, fazer o luto em meio ao féretro zombeteiro das memórias que dançam numa depressiva canção.

Para mim, Damásio está corretíssimo: Eu penso por imagens! Elas me constituem, tecem minha mente e meus sentimentos. Elas tem o poder de me derrubar, me prostrar, me fazer (arre)pendido. Elas vivem dentro e fora de mim. Algumas preciso guardar em compartimentos reservados. Preciso que elas me deem um tempo para poder articular uma reconstituição necessária.

Especificamente essas de que falo, nasceram há um ano atrás, emergidas de uma escolha sincera, uma entrega e tantas esperas. Um ano depois, não escolhi nada externo, nem títulos, nem privilégios, apenas a mim. E me contesto, me contenho, me constituo com essas tantas imagin(ações).



Imagem do filme "Brilho eterno de uma mente sem lembranças"
Capturada aqui.

5 de outubro de 2011

Elvis e Madona, um conto de amor (trans)viado

Quando o inusitado inunda nossa percepção de amor, risos e ousadia... O romance entre Elvis (Simone Spoladore), uma lésbica, e Madona (Igor Cotrim), uma travesti, ao parodiar os nomes do rei do rock e da rainha do pop, abraça nossos sentidos e dá um choque no preconceito.

Entre pizzas, um show, um bandido e um bebê, a trama tece possibilidades de ser, de amar, de se relacionar, de sonhar, de perder e ganhar. Spoladore e Cotrim desfiam sutilezas na interpretação fazendo de seus personagens pessoas de verdade, sinceras, bonitas, ousadas, meigas, ousadas, ciumentas, sonhadoras... Como todos nós, assim, diferentes e únicos.



Madona é cabelereira e sonha ser uma estrela. Elvis é entregadora de pizza e sonha ser fotógrafa. O cotidiano de ambas vai revelando detalhes e situações onde: a estrela tem um brilho que se expande do salão de beleza, pelas calçadas de Copacabana, até o palco; a entregadora de pizza, ao se deparar com as belezas frugais do cotidiano, registra e cria imagens a partir de um olhar sensível.



Para quem acredita que o amor vale a pena, independente de sua forma e dos padrões que regem a pretensa "boa conduta" das relações de gênero, o filme "Elvis e Madona" (2011), dirigido por Marcelo Laffitte, traz sentidos cheios de graça e de razão. Da ousadia, simplicidade e esperança de Madona, guardo a frase: "Às vezes a vida te tira tudo. Mas se você precisa e merece, no momento certo ela te dá de volta".





Imagens capturadas aqui, e aqui.

2 de outubro de 2011

(vi)vendo proximidades







Foto de Steven Klein (2006), Madonna - Revista W
Foto de Helmut Newton (1976), Livro White Women
Cena de "O Lamento da Imperatriz" (1990), filme de Pina Bausch
Foto de Helmut Newton (1976), Livro White Women