27 de fevereiro de 2012

aquecido pelo sol da meia-noite



Como canta Flávio Venturini, podem haver "noites com sol", nas quais o inusitado tende a acontecer.

O escuro e a calada da noite revelam nuances de gato negro, suspiros de doce vampiro, olhares de medusa que paralisam, uivos de lobos e luas, risos que divertem bem perto.

Sem nenhum propósito supersticioso o negro felino atravessa o caminho, arranha o asfalto do peito, salta o muro da minha fortaleza, mia manhas e falas que reverberam em minhas manhãs.

Melanina cheirando a paixão, tom e odor café, coco queimado, chocolate meio amargo, marrom bombom... Latente impulso que vê na cor e no gesto a simétrica beleza de proporções gregas.

Gostos pressentidos nos lábios, misturando rosa e preto, tirando palavras do corpo e aquecendo afetos no calor do sol negro da meia-noite.



Fotos: Deivid Amorim
Edição: Odailso Berté

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