15 de março de 2012
entre (en)canto e (mu)dança
My music is breakin' the silence
Turn it on for the last dance
Do you want it?
Do you need it?
This is your chance!
Turn it up and dance!
Um refrão de música pop pode ser ponte para juntar pedaços de um diálogo, de perguntas trocadas, de vontades confessadas... E assim, certas intensidades que palpitam pele afora e adentro, ganham a elasticidade que só a imaginação permite.
Uma voz musical, mais em sorrisos que em palavras, tem quebrado esse silêncio aqui. Em fios de cabelo que enrolam meu pensamento, agarra-me a sensatez e faz com que eu dance intensamente como se fosse a última noção de movimento. Canta belezas e eu danço levezas.
Como sermão, o refrão segue tocando-me corpo afora: Você quer isso? (desejo, intensidade). Você necessita disso? (ética, medo). Quase se exala um debate filosófico que por vezes emudece os interlocutores. O que dizem cala fundo.
Entre ser direto e faltar com respeito há uma linha tênue que só separa o salto que quero dar e o tanto que sonho receber. A improbabilidade de ver e não querer só infla e bate junto, no peito.
Uma chance que a vida enfeita e faz amostra gratuita? Chancela ainda não concedida! Desejo (co)movido. Intensidade (im)pedida. Ética (pre)visível. Medo in(de)ciso.
A umidade que soa do teu canto faz suar a humildade que eu danço. Só insisto que cante sempre, para que eu dance antes, depois e entre.
Foto do espetáculo "Nefes" de Pina Bausch, capturada aqui.
Refrão da música "Last Dance" (Christina Aguilera e David Guetta).
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