16 de agosto de 2012

Sobre diabos, confissões e tipos


Sim, sou do tipo que idolatra Madonna, chora com comédia romântica, às vezes tem vontade de morrer, adora assistir e cantar com as empreguetes, se decepciona com a Joelma dizendo que Jesus pode curar um gay, acredita em amor, assiste várias vezes "O diabo veste Prada" e "Miss Simpatia", sofre quando não é aceito, lê "Os diários de Carrie" e torce pelo "Sex and the city 3". Triste demais pra você? Problema seu. Ah, também sou filósofo, dançarino e quase doutor, se ajuda a manter seu ar de reprovação. Se isso fosse bate-papo, agora viria um KKK.

Existem diabos que vestem Prada, diabos que roubam Dell, diabos que ouvem Madonna, diabos que inibem afeto. Adoraria vê-los todos juntos, cada um dizendo a que veio, sem se esconder ou ter que arrombar portas. Adoraria dormir com o inimigo, isto é, se já não o tenho feito.

Sou do tipo que não faz a linha "Baby" (da Família Dinossauro): "Você tem que me amar!" Todavia, sentir saudade de algo que não tenho, às vezes incomoda bastante. E vejo, descaradamente, o quanto se tornam patéticos os que se acham "os desejados", ridicularizando os desejantes. Tão patético que dá canceira na paixão.

Não tenho ouro nem prata, incenso ou mirra. Não tenho paciência para tratar quem quer que seja como rei, messias ou senhor. Não tenho oferendas para conquistar afeto. Apenas constato que mesmo se fosse livre, se afogaria nesse poço do sentidos, afeto e prazeres que posso ser.

Quase como canta Madonna em "Evita": Eu não espero que meus romances deem certo ou durem muito, não me iludo mais que sonhos vão se realizar. Acostumado aos problemas, eu os antecipo, todavia, odeio isso. Você não odiaria? Nas intempéries da vida se aprende a remar, construir, esquecer, perder e obter ganhos que vem das margens.

Sou do tipo que vai e volta sem stresses para recomeçar, quando a paciência permite. Acostumado a perdas grandes e menores, como de mãe e de computador, digo que estou de volta. Podem tirar-me os anéis, que ainda terei dedos para coçar o saco e o pescoço. Podem levar os instrumentos, pois as ideias, as imagens, os gestos, o ímpeto criador de cada ação segue pulsando aqui dentro. Pode tentar inibir meu afeto, pois eu... Posso dar um jeito nisso também... "You'll see"!

Imagem capturada aqui.

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